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terça-feira, 26 de junho de 2012

Artigo Científico- Visão Empreendedora de Steve Jobs segundo o Livro “A Arte da Guerra” de Sun Tzu




Resumo
Este artigo relaciona Steve Jobs[1], criador da macroempresa Apple Computers, gênio do empreendedorismo contemporâneo, aos ensinamentos de Sun tzu, em A Arte da Guerra. É possível identificar características que nos levam a crer que ele provavelmente seguiu os ensinamentos de Sun Tzu.
Toda a história da Apple, sua criação, desde o tempo em que as instalações de Steve Jobs e seu amigo, Steve Wozniak[2], não passavam de uma garagem, nos mostram que a determinação e a vontade de vencer já eram princípios de Sun Tzu que podemos relacionar a Steve Jobs.
Também iremos comparar aqui as técnicas de guerra que Steve Jobs aplicou no mercado, que pode ser comparado a um campo de batalha. As estratégias se destacam pela simplicidade que ele as executava, mas que proporcionavam uma complexidade e exclusividade enormemente inovadoras à sua empresa.  Algo que antes foi visto apenas nos ensinamentos de Sun Tzu.



Palavras-chave: Empreendedorismo; Sun Tzu; A Arte da Guerra; Steve Jobs; Apple Computers;



Abstract: This article relate Steve Jobs, founder of Apple Computers macroempresa, contemporary genius of entrepreneurship to the teachings of Sun Tzu in The Art of War. It is possible to identify characteristics that lead us to believe that he probably followed the teachings of Sun Tzu.
The whole history of Apple, its creation, from the time that the facilities and his friend Steve Jobs, Steve Wozniak, were just a garage, show us that determination and will to win were already principles of Sun Tzu that we can relate Steve Jobs.
Also here we will compare the techniques of warfare that Steve Jobs has applied the market that can be likened to a battlefield. The strategies are distinguished by the simplicity that he ran, but they provided a tremendously innovative complexity and uniqueness to your company. Something that once was seen only in the teachings of Sun Tzu.



Key-words: Entrepreneurship, Sun Tzu, The Art of War, Steve Jobs, Apple Computers;



1-   Introdução

A informática é uma arma, o mercado é o campo de batalha, a concorrência é a nossa inimiga em potencial (em especial Bill Gates, com a Microsoft), e nós administradores somos os generais que temos o poder de mostrar os caminhos a serem seguidos pelos nossos Soldados, os Funcionários. Nosso objetivo não é destruir nossos concorrentes, mas sim, ocupar maior espaço no mercado com nossos produtos.
É necessário ter cautela com o mercado e as armadilhas que são impostas pela concorrência, pois a perda de foco é fácil, diante de tal objetivo.
Existem empresas que lançam produtos, com a intenção de atrair nossa atenção, para que nós trabalhemos em cima daquele produto, enquanto a mesma empresa trabalha em um produto melhor para nos surpreender quando menos esperamos.
Devemos utilizar de todas as formas possíveis o mercado ao nosso favor, seja para vendas, compras ou propagandas.
A relação existente entre informática, microempresas e macroempresas está exatamente no fato de a informática ter o poder de tornar uma microempresa em uma macroempresa, como é o caso da Google. Mas também pode transformar uma macroindústria em falida, como aconteceu com a indústria musical, devido à popularização da tecnologia e ao início da “era dos downloads”, que acabou com a rentabilidade das gravadoras e dos artistas.
Vejamos como Steve Jobs driblou as armadilhas e venceu na vida.


2-   O gênio

Steve Jobs treinou seus funcionários para seguirem sem ele no mercado de trabalho, já que sabia que era portador de uma doença rara que iria matá-lo em pouco tempo.
Era rígido, exigente, disciplinado e disciplinador, motivado e algumas pessoas até diziam que, por sua enorme vontade de fazer sempre o melhor, era arrogante. Diziam que era difícil de ser funcionário de Steve por sua enorme exigência quanto ao funcionamento de seus produtos.
Segundo alguns funcionários e conhecidos de Steve Jobs, ele dizia: “É assim que eu quero que seja. Portanto, façam que seja assim.”.
Suas ordens eram sempre claras e objetivas, para que sua equipe sempre captasse bem, o que podemos identificar como um ensinamento de Sun Tzu:
“Se as ordens não forem claras, a culpa dos soldados não obedecerem é do general. Mas se as ordens forem claras e objetivas, a culpa pelo não cumprimento das mesmas seria dos subordinados.” (Filme “A arte da Guerra” )
Mas, Steve Jobs sempre dava as condições necessárias para que tudo saísse conforme o desejado por ele, que em outras palavras significa que o produto estaria do jeito que o mercado desejava.
Ele avaliou o terreno, avaliou cada empresa existente no período em que surgiu com suas ideias; Avaliou a necessidade local e global, para poder lançar produtos que pudessem atender a todos; Avaliou a fraqueza dos inimigos e trabalhou minuciosamente em cima disso.


O General que desconhece a intenção dos príncipes vizinhos, não pode formar alianças com eles; se desconhece os segredos dos morros das florestas, dos despenhadeiros, dos precipícios e dos brejos, não poderá mover suas tropas; se não contrata guias nativos, não pode desvendar os terrenos favoráveis; se desconhece as vantagens e desvantagens de várias posições de batalha, não pode comandar um exército que serve um soberano. (TZU, Sun, séc. VI a.C., p. 67)




Jobs era visionário e revolucionário. Considerava que uma das maiores fraquezas de seus concorrentes era criar produtos acessíveis apenas às empresas e empresários. Ele acreditava que isso tornava o mercado consumidor muito restrito e limitado. Queria que seus produtos fossem acessíveis às pessoas comuns, com poder aquisitivo muito menor ao dos empresários.
Podemos então relacionar isso a um ensinamento de Sun Tzu que dizia:
- “Se você entender a arte da guerra e o campo de batalha, você irá vencer.”.
Na visão de Steve Jobs, ficaria assim:
-“Se você entender a arte do mercado e das vendas, você vencerá.”.
Então, em 1984, a Apple[3] lança o Macintosh, o primeiro computador pessoal com interface gráfica guiada por um Mouse.
“Picasso tinha um ditado que afirmava: Artistas bons copiam. Grandes artistas roubam. E nós nunca sentimos vergonha de roubar grandes ideias.” (JOBS, Steve, 1979).
Steve Jobs disse a frase acima ao se referir da ideia do Mouse que ele “roubou” da Xerox PARC.
Steve Jobs estava entusiasmado com o produto, e achava que o mercado fosse aceitá-lo. Mas o Macintosh, apesar de grandioso, tinha um desempenho baixo e fracassou.





3-   A estratégia

Após a rejeição do Macintosh, Steve Jobs teve alguns problemas com a mesa diretora da empresa e, em 1985, ele resolve demitir-se da empresa que havia ajudado a fundar.
Muitos devem pensar: “Como isso é possível? Foi ele quem criou a Apple!”.
Mas foi o que aconteceu.
Jobs nunca desistiu da sua ideia, apesar de ter perdido sua logomarca que, visto com olhos de Sun Tzu, seria sua influência moral, já que era o charme da empresa. Era uma logomarca chamativa, bonita, moderna e que despertava a curiosidade das pessoas.
Com a intenção de seguir com sua ideia, Jobs cria a Next, uma empresa desenvolvedora computadores que logo saíram de linha, mas que teve seu sistema operacional aproveitado pela Apple. Isso mesmo.
Ao ver que Steve Jobs criou um sistema operacional, chamado de NexTStep, a Apple comprou a Next em 1996, para basear-se no NexTStep para ajudar na criação de um novo sistema operacional chamado Mac OS X.
É impossível afirmar que Jobs teria se demitido da Apple com essa ideia de criar a Next já na cabeça, mas é impossível negar que foi uma estratégia muito empreendedora.
Essa saída da Apple em 1985 e o retorno em 1996 nos permite criar uma linha de tempo de onze anos para a retomada do poder de presidente da Apple.
Com a Next já em posse da Apple, Steve Jobs volta ao posto de presidente da empresa. Inegavelmente, ele era o homem com maior potencial para comandar aquela empresa. Seu espírito empreendedor era visto e admirado até mesmo por quem não gostava dele.

4-   A principal arma de Steve Jobs

Após voltar a Apple, Steve Jobs começa uma verdadeira “revolução tecnológica” com sua nova linha de produtos.
Ele não dispensa a linha denominada Mac, mas começa a produção de aparelhos com a letra i na frente dos nomes, como: iMac, iPod, iPhone, iPad. Esses aparelhos ficaram conhecido no mundo todo e hoje são generalizados como iDevices.
Uma curiosidade de todos, a princípio, deve ser: “O que significa esse i na frente do nome dos aparelhos da Apple?”
A letra i na frente dos nomes dos aparelhos era só um incremento que significava inovation, inovação, em português. E era essa a proposta de Jobs para seus produtos, inovar.
Outra característica de Steve Jobs que podemos relacionar à Sun Tzu era sua estratégia de ataque. Ao retornar à Apple, Jobs resolveu ramificar a empresa para não se prender apenas à informática. Ele queria ocupar o maior território possível com diversos produtos.
Foi então que investiu no ramo das músicas digitais (com a introdução do iPod, em 2001) e da telefonia móvel ( com o iPhone). Desde então, suas atualizações foram constantes e em curtos períodos de tempo. Após lançar o iPhone, atualizou-o para iPhone 3G em 2007 e em 2009 lançou a versão 3Gs do aparelho, com um s no final que significava Speed, onde buscava-se dizer que o aparelho era ainda mais rápido na execução de tarefas.
Os iPhones e iPod touch são possuidores da tecnologia Multi-touch, que permite toques simultâneos na tela, o que antes não era observado em nenhum outro aparelho.
 “Aquele que não faz planos ou estratégias, e menospreza o inimigo, certamente será por ele capturado.” (TZU, Sun, séc. VI a.C., p. 53)
 Isso prova que Steve Jobs buscava trabalhar em cima daquilo que seus concorrentes nunca seriam capazes de prever, tal como dizia Sun Tzu ao dizer que se deve avaliar o Campo de Batalha.
Logo em seguida, no ano de 2010, Lança o iPhone 4. E então surge a pergunta:
“Por que Steve Jobs atualiza seus produtos com intervalos de tempo tão curtos?”
A resposta era simples e única. Jobs queria deixar seu nome gravado na história, algo que já havia feito com os iPhones, iPods e iMacs que havia lançado. Mas em função de sua doença, que possibilitou que os médicos te dessem uma estimativa de vida de alguns meses apenas ele havia recebido um transplante de pâncreas de uma pessoa que nem o conhecia direito. Isso o possibilitou viver por mais tempo. Ele considerou isso como motivo para ajudar as pessoas com suas tecnologias. Ele disse:
“Vou trabalhar até meus últimos dias para facilitar a vida das pessoas. Enquanto eu puder ajudar as pessoas a descomplicar coisas complicadas, eu farei isso.”.
E foi o que Jobs fez. Fez do tempo a sua principal arma.
Sabendo que sua vida seria curta, um dos maiores nomes da história da tecnologia se propôs a dedicar seu tempo para ajudar as pessoas a descomplicar o complicado.  
Ele foi empreendedor até mesmo em usar o pouco tempo que tinha, que seria desfavorável, a seu favor.

5-   O Desfecho da Batalha

       Com todo o empenho de Jobs e de sua equipe, a Apple computers assumiu recentemente, especificamente em 2012, o posto de maior empresa do mundo.
É um resultado que seu principal responsável não viveu para ver. O general que comandou a tropa de funcionários da Apple, Steve Jobs, Morreu em cinco de outubro de 2011, vítima de um câncer pancreático.
Segundo os ensinamentos de Sun Tzu, podemos dizer que:
“O General cumpriu a missão de vencer a Batalha.”
O seu maior rival, Bill Gates, sempre foi mais rico. Mas talvez nunca fosse tão amado quanto Steve Jobs, o que nos remete a influência moral pregada por Sun Tzu, em A arte da Guerra.
“Se um soberano sábio e seu bom general vencem sempre que entram em ação e alcançam feitos extraordinários, é porque eles detêm o conhecimento prévio e podem antever o desenrolar de uma guerra.” (TZU, Sun; séc. VI a.C., p. 71)


6-   CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inegavelmente, os ideais de Sun Tzu sempre serão muito importantes para o mundo, seja nas estratégias militares ou dos negócios. Mas a importância de executar essas estratégias é que fazem o sucesso de uma guerra.
É necessário observar o próprio desempenho em cada batalha para que seja possível criar um panorama de toda a guerra. Os caminhos a serem trilhados pelos soldados dependem do conhecimento do general a cerca do ambiente.
Jobs teve o cuidado de avaliar o terreno, estudar os inimigos, preparar seu exército, munir seus soldados para que pudesse se ausentar com a consciência de que todos os que ficariam para lutar eram completamente capazes disso.
Sem dúvidas, o trabalho de relacionar Steve Jobs aos ensinamentos de Sun Tzu teve um resultado positivo.
Para sempre, e a cada ano mais visivelmente, os computadores estão se tornando mais do que uma ferramenta.
Segundo Claudio Coutinho, Consultor em Gestão e Planejamento Estratégico:



O advento dos computadores produziu uma revolução... Estas máquinas têm provocado o nascimento de novas indústrias, novos trabalhos, novas formas de pensar, novos problemas e novas ansiedades. E tudo isto, requer uma administração criteriosa, profissional, capaz de elevar-se a ponto de gerenciar uma nova situação a cada dia. (COUTINHO, Cláudio; 2008, p.5)


7-   REFERÊNCIAS

COUTINHO, Cláudio; Administração, Automação e Sistemas: A nova realidade do administrador [Internet]. 2008. 5p. Disponível em: <http://artigocientifico.uol.com.br/>. Acesso em: 15 Mar. 2012.  

KAHNEY, Leander. A Cabeça de Steve Jobs. Rio de Janeiro: Agir, 2008. 304p.

TZU, Sun. A Arte da Guerra; São Paulo: Escala, 2008. 96 p.





[1] Steven Paul Jobs foi um inventor, empresário e magnata americano no setor da informática. Notabilizou-se como cofundador, presidente e diretor executivo da Apple Inc. e por revolucionar seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital.
[2] Stephen Gary Wozniak, conhecido com Steve Wozniak é um engenheiro de computação, cofundador da Apple junto com Steve Jobs. Foi pioneiro na iniciativa de colocar computadores disponíveis para consumidores comuns. 
[3] A Apple Computer Inc. foi criada em abril de 1976 para comercializar um computador pessoal criado por Steve Wozniak. Fascinado pela funcionalidade da criação, Jobs convenceu Wozniak a comercializar o aparelho. A ideia do nome foi de Jobs, mas antes de “Apple”, havia outras sugestões como Executek, Personal Computer Inc. e até mesmo Matrix.

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